Posicionamentos das Entidades

Nota de posicionamento da AAAGR

(Texto publicado originalmente em 18 de outubro de 2017)

A gestão Jeguerreiros da AAAGR vem a público mostrar seu total e irrestrito apoio as eleições democráticas no IRI e a inclusão da chapa "Por um IRI multidisciplinar" no pleito.

É tido historicamente que as Atléticas, em geral, não possuem posições políticas claras. Contudo, essa afirmação não pode ser aplicada a nós, que sempre buscamos incluir através do esporte e de eventos todas(os) as(os) alunas(os) independente de sua origem, escolhas feitas ao longo da vida ou qualquer outra situação que possa levar a diferença entre as pessoas. Temos times que carregam a Bandeira LGBT, seja em uniformes ou nos jogos, outros que lutam e usam o símbolo da causa feminista. O que gostaríamos de destacar, porém, é a forma inclusiva e democrática que possuímos, chegando ao ponto de termos um time que é um Coletivo Democrático, onde todas as decisões são tomadas em conjunto.

Contudo, as recentes manobras realizadas na disputa eleitoral para o cargo de diretor do nosso Instituto, nos concerne muito. O não posicionamento, nesse caso, já seria um aval para tudo que vem acontecendo no IRI. Decidimos então nos poscionar.

Muitos que escolhem o curso de Relações Internacionais o fazem por seu caráter Multidisciplinar, até por que acreditamos que analisar o contexto global somente do ponto de vista político, beira a inocência, se não uma grande falta de visão de mundo.

Queremos um IRI multidisciplinar e mais que isso, queremos que aqueles e aquelas que nos ensinam sobre o que é um espaço democrático, o que inclui a existência de uma oposição REAL, apliquem seus discursos e aulas na prática.

Devido a toda essa situação, pedimos ao Diretores de Modalidade a compreensão para com os atletas que decidirem se ausentar nos treinos dessa Quinta-Feira, dia 19 de outubro, para comparecer a Assembleia convocada junto aos alunos, professores e funcionários que ocorrerá às 17h30 no IRI. Sabemos da proximidade e importância do Jopri, mas esse tema trará impactos profundos em nossa vida acadêmica.

POR UM IRI MULTIDISCIPLINAR

Gestão Jeguerreiros da Associação Atlética Acadêmica Guimarães Rosa de Relações Internacionais

Nota de posicionamento do Núcleo Feminista

(Texto publicado originalmente em 24 de outubro de 2017)

O Instituto de Relações Internacionais da USP passa, atualmente, por um importante e delicado momento do ponto de vista do debate sobre seus rumos para os próximos anos. Vivemos um processo de eleições para a Diretoria caracterizado por um golpe institucional, uma vez que foram inscritas duas chapas representando o mesmo projeto político, impedindo, desse modo, a inscrição de uma chapa que represente um programa alternativo, mais comprometido com a multidisciplinaridade das Relações Internacionais e com o caráter público da Universidade. Diante do pronunciamento da Professora Janina Onuki de que sua chapa estaria sendo considerada ilegítima pelo fato de ser mulher, consideramos pertinente nos posicionarmos e elucidarmos algumas questões.

Primeiramente, é preciso fazer um debate a fundo do que significa representatividade, conceito que por si só é vazio. Para nós, representação por representação não basta e não há a menor possibilidade de que candidaturas que se reivindiquem enquanto feministas não passem por um diálogo contínuo e direto com o que reivindica o movimento feminista. Acreditamos que a representação política de fato deve estar atrelada à prática.

Nesse sentido, não defendemos práticas e processos apenas porque estão sendo encabeçados por uma mulher. Se nosso conceito de representatividade passa pela prática, não consideramos que um programa seja realmente representativo se não defende nossos interesses e nossas lutas. Não ganhamos nada com candidaturas femininas se elas não tem compromisso com a luta de TODAS as mulheres na Universidade, seja esta a luta das mulheres mães, das funcionárias terceirizadas, das mulheres negras e/ou das mulheres LBTs. Não acreditamos ser possível defender representatividade no topo sem mudar a base da pirâmide.

Mesmo se considerássemos o processo eleitoral democrático como está dado, não defenderíamos uma chapa comandada por uma mulher apenas pelo fato de ser uma mulher. De que adianta uma chapa com presença feminina se esta não foi construída em conjunto com o movimento feminista? Se quando chegar nas próximas instâncias da burocracia universitária prezar-se-á pela relação amigável com a Reitoria (representada aqui também pela figura de Moacyr Martucci como vice, que é alinhado com a gestão Zago), em vez de lutar por nós? Não nos esquecemos que este setor votou contra a reabertura de vagas das creches da USP no Conselho Universitário, indo contra o próprio posicionamento da Congregação do IRI e do movimento feminista da Universidade.

É preciso mencionar também que não construímos este processo apenas pela crítica. Temos um acúmulo histórico de demandas no IRI e na USP toda, muitas delas presentes no relatório da sindicância realizada no Instituto em 2015. Em 2017, realizamos a segunda edição da pesquisa "Machismo em RI" e os resultados são sintomáticos em relação à falta de preparo do Instituto para lidar com a violência contra mulheres. 63% das alunas do curso afirmam já terem passado por casos de machismo no Instituto, dos quais incluem situações provocadas por alunos e professores.

Construímos a campanha Se o IRI Fosse Nosso por acreditarmos que uma universidade melhor é possível, uma universidade feminista, sem racismo e sem LGBTfobia. E esta universidade só se realizará com uma democratização radical dos seus processos decisórios, com a retirada da concentração de poder das mãos da (minúscula) elite dos professores titulares e com uma participação maior das alunas e alunos, das funcionárias e funcionários, bem como das e dos demais docentes não titulares. Apenas com a democratização dessas estruturas de poder, teremos uma universidade realmente representativa.

Núcleo Feminista de Relações Internacionais da USP

Nota de posicionamento do EpM

(Texto publicado originalmente em 19 de outubro de 2017)

O coletivo de extensão popular Educar para o Mundo (EpM) vem a público manifestar seu repúdio ao golpe institucional que está ocorrendo nas eleições para a diretoria do Instituto de Relações Internacionais da USP. O referido ato configura-se em um golpe, apesar de não infringir o regulamento das eleições, pois a candidatura de duas chapas com programas políticos praticamente idênticos impediu que uma chapa de real oposição concorresse. Tal manobra política demonstra-se visivelmente antiética.

Declaramos, portanto, nosso apoio à chapa “Por um IRI Multidisciplinar”, por esta defender princípios que consideramos extremamente relevantes, não apenas para o coletivo, mas para o Instituto como um todo. Ressaltamos aqui diversos compromissos feitos por essa chapa, como o comprometimento com a multidisciplinaridade, aspecto fundamental para a formação acadêmica e cidadã dos estudantes de Relações Internacionais. Além disso, vemos como crucial a transparência e a participação democrática de alunos, professores e funcionários na construção de um projeto institucional que represente a todos. Como grupo de extensão universitária popular, acreditamos que é imprescindível a autonomia e a diversidade, princípios norteadores do Educar para o Mundo.

O EpM se pauta em uma concepção popular e freiriana de extensão, o que significa que prezamos por uma educação dialógica e horizontal, em que a academia se encontre com os saberes populares, formando um conhecimento referenciado pelas demandas das classes oprimidas. Essa concepção encontra ressonância nas propostas e na prática diária de professores da chapa “Por um IRI Multidisciplinar”, que têm participação em iniciativas de extensão, como o projeto Cosmópolis, o projeto Historiando e o próprio EpM.

Por outro lado, as duas outras chapas, já inscritas no pleito eleitoral, pautam-se em uma concepção com a qual não concordamos, de que a extensão universitária é tudo o que não se enquadra nas categorias de ensino e de pesquisa, descaracterizando o projeto político extensionista. Isso faz com que iniciativas como do curso de formação conjunta com a OEA para forças policiais, por exemplo, sejam consideradas como extensão.

Nós acreditamos que a verdadeira prática libertadora é a educação dialógica, o tipo de educação que queremos para o IRI. Como o diálogo é a peça fundamental para que essa realidade se concretize, louvamos a iniciativa dos professores associados em convocar alunos, funcionários e professores para discutir horizontalmente projetos político-pedagógicos para o Instituto na Assembleia do dia 19 de outubro de 2017.

Que esse seja apenas o primeiro passo em direção a uma construção constante desse diálogo!

Nota de posicionamento da Ba.Je.Lo

(Texto publicado originalmente em 24 de outubro de 2017)

A Ba.Je.Lo, bateria de RI/USP, vem a público manifestar sua defesa ao direito de candidatura da chapa "Por um IRI multidisciplinar" à eleição para diretoria do Instituto de Relações Internacionais.

A nosso ver, a proposta de construção da chapa - coletivamente, aberta aos anseios de funcionários e estudantes, além dos docentes - nada contra a corrente hegemônica da USP e do Brasil, em que as instituições públicas, muitas vezes, são submetidas a interesses e projetos de poder privados. É talvez por este motivo, inclusive, que a iniciativa esteja sendo obstruída, sob aparência de legalidade, mas antieticamente, em nosso Instituto.

Especialmente nos marcos da presente conjuntura política nacional, a defesa da democracia deve ser objeto de ampla coalizão.

Por eleições reais, por um debate transparente e pela ética pública!

Moção de apoio ao direito de concorrência à chapa "Por um IRI Multidisciplinar" nas eleições para diretoria do Instituto de Relações Internacionais

(Clique aqui para ler o texto original)

A comunidade do Instituto de Relações Internacionasi da Universidade de São Paulo (IRI-USP), reunida em Assembleia Geral de Alunos, Funcionários e Docentes em 19/10/2017, considera fundamental que a futura gestão do IRI seja formada por professoras(es) que conheçam e tenham participando ativamente do dia a dia do nosso Instituto. Assim sendo, vimos manifestar o seu apoio e solidariedade ao direito da chapa "Por um IRI multidisciplinar", formada pelas(os) professoras(es) Maria Antonieta DEl Tadesco Lins (IRI-USP) e Felipe Pereira Loureiro (IRI-USP), de disputar as eleições à diretoria do IRI no próximo dia 22 de novembro, juntamente com as duas chapas já inscritas.


Assinado por mais de 150 alunos, funcionários e professores, conforme consta o original.

Nota conjunta de posicionamento da Representação Discente

(Texto publicado originalmente em 27 de outubro de 2016)

No último dia 4 de outubro, durante reunião do Conselho Universitário, foram estabelecidas as novas diretrizes para a realização das eleições de representantes discentes nos órgãos centrais da USP e nos órgãos colegiados. A partir de agora, segundo a Resolução nº 7.265 de 7 de outubro de 2016, as eleições para a Representação Discente nessas instâncias “serão realizadas pela Secretaria Geral, por meio de voto direto e secreto, de forma eletrônica”, de acordo com o disposto no artigo 246-A do Regimento da USP.

Essa resolução, além de ser baixada com a ausência de um maior debate com a comunidade universitária, o que já demonstra o caráter autoritário da medida, interfere pelo menos em duas importantes características do processo eleitoral.

Primeiramente, acreditamos que a votação virtual leva a um processo de distanciamento entre eleitores e candidatos, podendo contribuir para a ausência de debate e a consequente despolitização do voto.

Em segundo lugar, quando o processo eleitoral da Representação Discente é submetido a uma comissão escolhida pela Diretoria, nós estudantes perdemos nossa autonomia para escolher nossos representantes nos órgãos colegiados, podendo nos colocar reféns da escolha de pessoas alinhadas com o poder institucional. Consideramos a designação da Comissão Eleitoral pelo Diretor de Unidade nos órgãos colegiados, e pela Secretaria Geral, no caso dos órgãos centrais, um profundo ataque à nossa mobilização e um grande retrocesso na nossa histórica luta por um movimento estudantil livre e autônomo.

Essa situação se torna ainda mais agravante em um momento de intensificação das disputas políticas no IRI. Desde o início das discussões sobre a reforma do regimento do Instituto, realizadas ao longo do primeiro semestre de 2016, observa-se uma tendência à polarização entre docentes a respeito dos rumos do bacharelado em Relações Internacionais, o que sabemos, no fundo, estar relacionado a projetos de poder para o IRI.

Nos últimos tempos, vemos um movimento de professores, com o interesse de que haja uma preponderância de uma determinada área na grade curricular do curso, além de priorizarem a pesquisa em detrimento do ensino e da extensão, as duas outras atividades fins da Universidade. Ademais, muitos desses pesquisadores estão ligados à núcleos de pesquisa que recebem investimentos privados e de fundações como a FUSP.

Por outro lado, existem docentes interessados no fomento da inter e transdisciplinaridade das Relações Internacionais e que almejam um bacharelado que valorize igualmente as quatro principais áreas que constituem a grade curricular do curso. São também os professores mais preocupados com o desenvolvimento da extensão no IRI e da valorização da graduação no Instituto.

A nosso ver, trata-se de um debate bastante sério, que diz respeito a projetos políticos para o IRI e para a Universidade como um todo. Repudiamos a atração de investimentos privados para pesquisa, pois acreditamos que esta medida coloca em risco a autonomia da produção de conhecimento acadêmico e pode significar a porta de entrada para a privatização da Universidade.

Por fim, é importante ressaltar que essa disputa política se torna cada vez mais acirrada no Instituto, à medida que se aproxima a votação para banca de concurso para professor titular de Economia Política Internacional e as eleições para Diretoria do IRI, em 2017. Docentes estão se utilizando de quaisquer artifícios, que por vezes contrariam a ética universitária, a fim de alcançarem seus objetivos. Nesse cenário, discentes são alvos constantes da influência desses professores.

Frente a essa conjuntura, acreditamos ser esta nota de vital importância para demarcar o posicionamento político dos estudantes de graduação de Relações Internacionais. Na Congregação de hoje (27), a representação discente da graduação realizou uma fala no sentido de informar aos professores que estamos cientes da disputa de poder no Instituto, e que, frente à conjuntura do IRI e da USP, somos contrários à não-inclusão da graduação nesse debate. Continuaremos na defesa do caráter público, gratuito e autônomo da Universidade, o que acreditamos somente ser possível através do fortalecimento do tripé universitário, constituído por ensino, pesquisa e extensão, em constante interação uns com os outros e sem interferência de atores que representam o capital privado.


Assina a nota os graduandos da representação discente dos seguintes órgãos colegiados:

  1. Congregação
  2. Comissão de Graduação
  3. Comissão de Biblioteca
  4. Chapa da Representação Discente da Graduação do IRI 2017